Moçambique enfrentou recentemente uma crise de conectividade, deixando o país sem acesso à internet móvel por cerca de 17 horas, justamente em meio a protestos intensos após as eleições presidenciais. Esse apagão coincidiu com manifestações contra a vitória do candidato da Frelimo, Daniel Chapo, que, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), venceu com 70,67% dos votos. No entanto, a oposição e diversos manifestantes alegam fraude eleitoral, ampliando as tensões nas ruas e nas redes sociais.
Starlink Mantém Conexão Durante Queda de Internet Móvel
Com o apagão afetando todas as principais operadoras de telefonia móvel, a rede via satélite Starlink, de Elon Musk, foi a única alternativa de conexão para alguns. Apesar disso, Venâncio Mondlane, candidato da oposição, conseguiu fazer uma transmissão ao vivo na véspera do bloqueio, alcançando mais de 100 mil espectadores. Esse evento demonstra, acima de tudo, a importância das redes digitais para a mobilização popular em contextos de intensa disputa eleitoral.


Reincidência de Apagões Digitais no País Levanta Críticas
Este apagão digital, porém, não é inédito. Em outras palavras, em eleições anteriores, como as municipais de 2022, Moçambique viveu interrupções semelhantes. A recorrência desses incidentes, especialmente durante períodos eleitorais, gerou críticas sobre seu impacto na transparência do processo e na liberdade de expressão.
Movitel Se Pronuncia e Oferece Compensação de Dados de Internet
Após o retorno da conexão, a operadora Movitel afirmou que o problema estava resolvido, embora sem fornecer explicações sobre a causa. Em um gesto de compensação, a empresa ofereceu 2 GB de dados aos clientes afetados. Todavia, as operadoras Vodacom e Tmcel, por outro lado, mantiveram-se em silêncio, sem dar justificativas ou compensações, deixando muitos usuários frustrados.
Conclusão: Questões Políticas em Jogo?
O apagão digital em um momento crucial de manifestações eleitorais, bem como a ausência de explicações detalhadas, levanta dúvidas sobre possíveis motivações políticas por trás da interrupção. Nesse sentido, considerando os históricos de suspensões semelhantes durante eleições, setores da oposição e da sociedade civil sugerem que questões políticas podem estar interferindo na estabilidade da conectividade em Moçambique, sobretudo em um período de intensa insatisfação popular e disputas eleitorais.
Além dessas suspeitas, o bloqueio de internet intensificou a proliferação de informações não verificadas, ou seja, de fake news, criando um cenário favorável para rumores e conteúdos enganosos. Com o acesso limitado, a desinformação se espalhou rapidamente, prejudicando a comunicação oficial e aumentando a tensão entre a população.
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