As operadoras de telecomunicações da África do Sul estão pressionando grandes plataformas de streaming, como Netflix e YouTube, a contribuírem financeiramente para a manutenção e expansão das redes de internet. A Associação para Comunicações e Tecnologia (ACT) defende um modelo de “Contribuição Justa”, argumentando que essas empresas lucram com as infra-estruturas de telecomunicações sem arcar com os custos operacionais.
O impacto do streaming no custo da conectividade
Vodacom e MTN, duas das maiores operadoras do país, destacam que a crescente demanda por dados, impulsionada pelo consumo de vídeos online, exige investimentos contínuos na rede. Embora as plataformas de streaming invistam em cabos submarinos, a manutenção e expansão das redes locais recaem sobre as operadoras, tornando a sustentabilidade do sector um desafio.
Além disso, há preocupações com a conectividade em áreas rurais. As operadoras já contribuem para a inclusão digital por meio de taxas regulatórias e impostos, mas alertam que, sem a participação financeira das gigantes do streaming, o avanço da infra-estrutura pode desacelerar.
O debate sobre a regulamentação
A ACT propõe um novo modelo regulatório para garantir que tanto grandes quanto pequenos provedores de rede sejam beneficiados. Caso plataformas como Netflix e YouTube não ajudem a financiar o desenvolvimento da infra-estrutura, o investimento das operadoras pode diminuir, prejudicando a qualidade da conectividade no país.
A discussão sobre um modelo de “Contribuição Justa” já ocorre em outras partes do mundo, levantando um dilema: quem deve pagar pela crescente demanda por dados — os consumidores, as operadoras ou as plataformas que geram o tráfego?
Aprofundando a Questão: Como Outros Países Estão Lidando com o Problema?
O debate sobre a cobrança de taxas para plataformas de streaming não é exclusivo da África do Sul. Em países como a Coreia do Sul e a União Europeia, propostas semelhantes têm sido discutidas, com algumas operadoras pressionando por mudanças regulatórias para equilibrar o custo da conectividade.
Na Coreia do Sul, por exemplo, empresas como a SK Broadband entraram em disputas legais contra gigantes do streaming para exigir compensação pelo uso intenso da rede. Na Europa, operadoras vêm pedindo que plataformas digitais contribuam para investimentos em infra-estrutura, argumentando que o actual modelo de tráfego gratuito sobrecarrega as redes locais.
Se a proposta da ACT for adiante, a África do Sul pode se tornar um dos primeiros países africanos a estabelecer novas regras para o financiamento da infra-estrutura digital, criando um precedente para outros mercados emergentes. A decisão final pode moldar o futuro da internet no país e determinar quem realmente paga pela era do streaming.
Fonte: TechPoint
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