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Angola Telecom enfrenta crise e falência técnicaAngola Telecom enfrenta crise e falência técnica
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Angola Telecom enfrenta crise e falência técnica

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A Angola Telecom é uma das treze empresas do Sector Empresarial Público (SEP) que enfrentam falência técnica, segundo o último relatório apresentado ao Instituto de Gestão de Activos do Estado (IGAPE). A operadora de telecomunicações atravessa um período difícil, com uma queda significativa de clientes e problemas estruturais.

Perda de clientes e infraestrutura degradada

Nos últimos cinco anos, a Angola Telecom perdeu mais de 63% dos seus clientes. A rede fixa de internet registou uma redução de 10.551 clientes, enquanto a telefonia perdeu 38.113 utilizadores. A falta de modernização e as infraestruturas em estado de degradação têm contribuído para este cenário de declínio. A empresa tem encontrado dificuldades em adaptar-se ao mercado e em manter a competitividade.

Modelo de negócio em crise

Além disso, para além das dificuldades financeiras, a Angola Telecom enfrenta ainda problemas significativos no seu modelo de negócio, que continua a depender fortemente da rede fixa. Muitas das infraestruturas da empresa, espalhadas por todo o país, estão subutilizadas e em más condições. Consequentemente, este cenário começou a agravar-se em 2003, quando a operadora perdeu o monopólio dos serviços de telefonia móvel, o que, por sua vez, impactou diretamente as suas receitas.

Criação da Movicel e perda de liderança

Adicionalmente, a crise teve início quando o Governo decidiu separar o segmento de telemóveis da Angola Telecom, criando a Movicel. Embora esta decisão visasse modernizar o setor, acabou por enfraquecer significativamente a Angola Telecom, que, desde então, perdeu uma das suas principais fontes de rendimento. Em 2007, a Movicel foi privatizada, deixando, assim, a Angola Telecom com menos opções de crescimento e uma posição de liderança enfraquecida.

Queda acentuada na quota de mercado

Em 2019, a Angola Telecom possuía 15,1% do mercado de banda larga fixa, com 16.581 clientes. Contudo, em 2023, a empresa viu a sua quota de mercado cair para apenas 4,4%, num total de 137.323 subscritores da rede fixa de internet em todo o país. Em apenas quatro anos, a operadora perdeu quase 11 pontos percentuais da sua participação, revelando um declínio acentuado.

Futuro incerto para a Angola Telecom

O cenário atual da Angola Telecom levanta preocupações sobre o futuro da empresa. A modernização das infraestruturas e a adaptação ao mercado são desafios urgentes para a operadora. A recuperação da sua posição no mercado depende de uma mudança de estratégia e de investimentos em tecnologias mais modernas, que possam atrair novamente os clientes e reverter a trajetória de queda. Assim, a Angola Telecom precisa de uma transformação para se manter relevante e garantir a sua sustentabilidade no longo prazo.

Essa nova abordagem pode ser a chave para a empresa voltar a ser competitiva no mercado de telecomunicações em Angola.

Fonte: MENOSFIOS