No último ano, o Quênia perdeu nada menos que 83 milhões de dólares em crimes cibernéticos, uma cifra assustadora que coloca o país entre os mais atingidos da África. Só fica atrás da Nigéria, que teve um prejuízo monumental de 1,8 bilhão de dólares. Uganda, Botsuana e Lesoto também sofrem com perdas, mas em menor escala. Esse impacto financeiro afeta diretamente empresas e instituições quenianas, que precisam desembolsar, em média, 4,35 milhões de dólares para restabelecer serviços após ataques.
Explosão de Ameaças Cibernéticas
A situação fica ainda mais alarmante quando olhamos para os números: entre abril e junho de 2024, o Centro Nacional de Coordenação para Resposta a Incidentes Informáticos (KE-CIRT/CC) detectou 1,1 bilhão de ameaças cibernéticas – um aumento de 16,5% em relação ao trimestre anterior. Esse centro é o coração da resposta cibernética no Quênia, monitorando e reagindo a ameaças constantemente.
Mas por que tantos ataques?
David Mugonyi, diretor da Autoridade de Comunicações do Quênia, aponta o dedo para algumas falhas básicas: muitos sistemas ainda usam software desatualizado e configurações inseguras, enquanto a adoção em massa de dispositivos de Internet das Coisas (IoT) só aumenta as brechas. Além disso, as tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, também têm sido exploradas por cibercriminosos que aproveitam o roubo de identidade e o phishing para enganar pessoas e roubar dados sensíveis.
A gravidade dos ataques não se limita à perda financeira: o ciberbullying e o assédio online também aumentam, ampliando a complexidade do problema. Mugonyi defende que o Quênia precisa de soluções mais direcionadas para enfrentar ameaças locais específicas,. Como a ciberespionagem e o ciberterrorismo, que nem sempre são bem cobertas por medidas globais.
O Que o Governo Está Fazendo?
Para conter essa onda de ataques, o governo planeja uma reforma importante. “Unificar todas as equipes de controle cibernético dos ministérios e agências em uma só entidade nacional”. Essa nova estrutura centralizada deve facilitar a resposta aos desafios de segurança digital. Incluindo a atualização da Política Nacional de TIC e da Estratégia Nacional de Segurança Cibernética. Vale lembrar que, em 2022, o Quênia já havia lançado uma estratégia de segurança cibernética para o período de 2022 a 2027. Visando fortalecer suas defesas e cooperar com parceiros internacionais.
Mugonyi ressalta ainda que, para combater essa ameaça de forma eficaz, o país está trabalhando lado a lado com parceiros locais e internacionais para melhorar a legislação e agilizar a resposta aos incidentes. Em um cenário onde cada segundo conta, essas parcerias podem ser a chave para conter os danos.
Fonte: TECHPOIN
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