O motivo é uma tentativa de evitar a armadilha nos exames, uma prática que se tornou um problema sério e motivou restrições à plataforma em redes importantes. A confirmação veio na sexta-feira, quando o grupo Netblocks, que monitora a internet, relatou interrupções na Safaricom. Segundo o grupo, os bloqueios lembram restrições passadas ao Telegram. Aliás, essa não é a primeira vez que isso acontece. Em novembro de 2023, o país já havia aplicado uma medida semelhante, resultando em perdas financeiras significativas — cerca de 1.9 bilhões de meticais — devido a problemas de conectividade que afetaram as empresas.
Qual objectivo para esse bloqueio do Telegram?
Em uma carta enviada no fim de outubro para operadoras como Safaricom, Telkom Kenya, Jamii Telecom e Airtel Kenya, a Autoridade de Comunicações do Quênia deixou claro seu objetivo: suspender o Telegram temporariamente durante os horários críticos de exames, das 7h às 10h e das 13h às 16h, em dias úteis, até 22 de novembro. A razão? Outras plataformas de mídia social são colaboradas com o governo para evitar abusos, mas o Telegram tem sido mais resistente a essa cooperação.
O que aconteceu??
Não é só perda de conectividade que preocupa. No ano anterior, a Netblocks calculou que a concessão de 2023 causou um prejuízo diário de 265,67 milhões de meticais. Na mesma época, seis administradores de grupos do Telegram foram presos por suspeitas de envolvimento em fraudes de exames.
Mas as coisas mudaram um pouco. Além disso em setembro de 2024, o Telegram atualizou suas políticas de privacidade e passou a compartilhar endereços IP e números de telefone com a polícia para investigações. Essa mudança aconteceu logo após a prisão de Pavel Durov, o fundador do Telegram, na França.
Apesar das polêmicas, o Telegram continua crescendo e já tem quase 1 bilhão de usuários no mundo. É uma plataforma conhecida para permitir uma comunicação aberta, com grandes grupos e chats onde praticamente tudo é falado. Essa liberdade, porém, nem sempre agrada aos governos, que buscam mais controle. Além disso o debate entre manter a liberdade de expressão e aplicar regulamentações mais rígidas é uma questão global. Países ocidentais e nações como Rússia e China encaram redes sociais de forma diferente, refletindo suas próprias políticas e visões.
No Quênia, bloquear o Telegram tem se tornado quase uma tradição para conter fraudes em exames, mas, mesmo com a segurança de regulamentação, a plataforma se mantém como um dos maiores canais de mensagens criptografadas do mundo.
Fonte: TECPOINT
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