Ontem à tarde, um novo apagão de internet deixou Moçambique desconectado. As principais operadoras — Vodacom, Movitel e Tmcel — interromperam o acesso à rede, irritando profundamente a população. Enquanto alguns clientes da Vodacom e Movitel ainda conseguiam se conectar parcialmente, os da Tmcel perderam o acesso por completo, sem qualquer chance de navegar ou usar redes sociais.
Para muitos, a internet é mais do que um meio de comunicação; é uma forma de acompanhar de perto o contexto político e se expressar em tempos de incerteza. E, em pleno período eleitoral, o bloqueio elevou a frustração dos moçambicanos a um novo patamar.


Redes Sociais: Ferramenta Essencial para Protestos e Mobilizações
Por que, afinal, cortar a internet? A resposta pode estar nas intensas manifestações políticas que vêm agitando o país. Os apoiadores de Venâncio Mondlane, um dos candidatos presidenciais da oposição, têm se mobilizado pelas redes sociais. Além disso, tem usando vídeos e lives para denunciar supostas fraudes eleitorais e fortalecer a onda de protesto.
Mondlane, que faz frente à tradicional FRELIMO, convocou recentemente mais uma fase de manifestações. Propondo greves e protestos na porta das sedes do partido e da Comissão Nacional de Eleições (CNE). Diante desse cenário, a internet tornou-se uma ferramenta crucial para o ativismo, o que faz muitos acreditarem que o bloqueio seja uma estratégia deliberada para enfraquecer a comunicação entre manifestantes.
Indignação Popular e Alternativas Criativas
Sem internet, a indignação entre os moçambicanos só cresce. E alguns vão além das palavras: circulam relatos de cidadãos tão frustrados que falam em derrubar torres de comunicação, embora esses casos ainda sejam isolados.
Para driblar o bloqueio, muitos têm apostado nas redes privadas virtuais, ou VPNs,. Que permitem usar um servidor localizado fora do país e restaurar a conexão. As VPNs vêm se mostrando a única saída para quem quer se manter atualizado e presente nas redes sociais. Especialmente enquanto os protestos continuam a ganhar força.
Repetição dos Bloqueios: O Que Está em Jogo para Moçambique?
Esse é o segundo bloqueio de internet em pouco tempo, e a frequência dessas intervenções está deixando o país em alerta. Muitos já questionam o impacto disso na liberdade de expressão e no direito à informação, especialmente durante um período tão importante quanto o eleitoral.
Especialistas em direitos digitais lembram que essa política de interrupções fere princípios democráticos, ameaçando a transparência e o diálogo no país. Enquanto isso, os moçambicanos seguem na expectativa de que a internet seja plenamente restaurada e que as operadoras priorizem os direitos fundamentais ao acesso à informação e à livre expressão.
Será que o cenário vai mudar? O futuro da internet em Moçambique está em jogo, e a população espera uma resposta rápida — e definitiva.
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