Uganda está a dar um passo importante para garantir uma internet mais estável e confiável ao criar uma nova rota de cabo de Internet através da Tanzânia. Esta iniciativa faz parte dos Projetos de Integração do Corredor Norte (NCIP). E promete reduzir a dependência do país do Quénia, que atualmente controla todo o tráfego de internet de Uganda.
Redução da Dependência do Quénia
Durante uma cúpula em Kampala, o embaixador Patrick Kabonero, coordenador do NCIP de Uganda, anunciou que a nova rota de internet pela Tanzânia é uma prioridade. Kabonero destacou que essa mudança será crucial para assegurar a estabilidade da internet no país. Eespecialmente após a recente interrupção regional causada por falhas nos cabos submarinos SEACOM e EASSy. A dependência excessiva de um único trajeto de conexão revelou a vulnerabilidade da infraestrutura de internet da região. E este novo projeto é visto como uma solução vital para mitigar esses riscos.
Envolvimento do Setor Privado
O projeto de implementação desta rota deverá ser liderado por empresas do setor privado, em linha com os esforços do NCIP para fortalecer a infraestrutura regional. O foco da nova rota é proporcionar um serviço de internet mais confiável e estável, essencial não apenas para Uganda, mas para toda a África Oriental. O setor privado será fundamental no desenvolvimento e execução deste plano, garantindo que o projeto avance de forma eficiente e dentro dos prazos estabelecidos.
One Area Network (OAN) e Maior Integração Regional
Paralelamente, estão a ser discutidos planos para a criação de uma One Area Network (OAN) na África Oriental. Iniciativa que tem como objetivo principal reduzir os custos de dados e, simultaneamente, aumentar o tráfego de internet. Além disso, esta medida também pretende simplificar as transações entre os países da região. As operadoras de telecomunicações já demonstraram seu apoio à iniciativa, que, sem dúvida, promete facilitar a integração económica e tecnológica entre as nações africanas.
Além de promover a conectividade, a criação da OAN traria benefícios significativos, como a redução do custo de vida digital para os cidadãos da África Oriental. Para as empresas e serviços transfronteiriços, isso representa uma oportunidade de maior eficiência e competitividade. Esse plano, por sua vez, faz parte de uma visão mais ampla de integração regional, onde as nações africanas trabalham em conjunto para fortalecer as suas infraestruturas e melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população.
Dessa forma, a OAN aparece como um componente essencial para facilitar o desenvolvimento tecnológico na África Oriental, garantindo não só melhor conectividade, mas também maior acesso a oportunidades digitais.
O Papel do NCIP na Infraestrutura Regional
O NCIP, que lidera a iniciativa desta nova rota de cabo, é um projeto regional focado em melhorar a infraestrutura em vários sectores. Incluindo transporte, energia e comunicações. Além da nova rota de internet, o NCIP também está envolvido em projetos como o desenvolvimento da Standard Gauge Railway, oleodutos e a interconectividade elétrica entre países da África Oriental.
Uganda tem estado na vanguarda destes projetos de infraestrutura, mostrando empenho em liderar o desenvolvimento regional. O progresso feito até agora no NCIP tem sido significativo, mas o financiamento continua a ser um desafio. Durante a cúpula, Kabonero apelou aos ministérios das finanças dos países envolvidos para garantir mais recursos financeiros para a concretização dos projetos.
Perspetivas Futuras
A nova rota de internet pela Tanzânia marca, sem dúvida, um passo importante na estratégia de Uganda. O país procura diversificar as suas conexões e, assim, evitar os problemas decorrentes da dependência excessiva de um único país, neste caso, o Quénia. Além disso, a 15ª Cúpula do NCIP, que será realizada em Kigali, Ruanda, oferecerá mais atualizações sobre o andamento deste e de outros projetos regionais, o que aumentará ainda mais a cooperação.
Este esforço coletivo para melhorar a infraestrutura digital e física da África Oriental representa, sem dúvida, um avanço necessário para a competitividade global da região. Além disso, reforça a cooperação entre os países, proporcionando benefícios diretos às suas populações. A criação desta rota de internet alternativa demonstra claramente o compromisso de Uganda em garantir uma conectividade mais robusta e confiável para o futuro. Consequentemente, tal medida reflete uma estratégia de longo prazo que visa sustentar o desenvolvimento tecnológico e económico da região.
Assim, ao investir em uma nova rota de internet, Uganda busca, de forma proativa, não apenas fortalecer sua infraestrutura digital. Mas também posicionar-se como um participante-chave nos projetos de integração regional da África Oriental.
Com este novo projeto, Uganda dá um passo decisivo para melhorar a sua infraestrutura de TIC e fortalecer a sua posição na economia digital da África Oriental.
Fonte: TECHPOINT
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