Uma nova acção judicial acusa a extensão de navegador Honey, propriedade da PayPal, de prejudicar criadores de conteúdo ao substituir links de afiliados e desviar receitas.
Acusações contra a extensão Honey
A extensão Honey, adquirida pela PayPal por 4 mil milhões de dólares correspondente a 255 573 580 400,00 bilhões de meticais na cotação actual, em 2019, promete ajudar os utilizadores a poupar dinheiro apresentando códigos de desconto relevantes enquanto fazem compras. No entanto, segundo o YouTuber MegaLag, que publicou um vídeo no mês passado, a extensão “rouba dinheiro aos influenciadores”.
De acordo com MegaLag, se um criador promove um produto com um link de afiliado e o utilizador tem a Honey instalada, a extensão substitui sub-repticiamente o link do criador pelo seu próprio. Isso acontece mesmo que a Honey não forneça descontos, garantindo que a comissão pela compra vá para a Honey, e não para o criador.
Devin Stone, do canal LegalEagle, avança com processo contra a PayPal
Devin Stone, advogado e criador do popular canal de YouTube LegalEagle, apresentou uma acção judicial contra a PayPal, alegando que a empresa “desvia sistematicamente comissões de quem as deveria receber, prejudicando o sistema de marketing de afiliados”.
“É irónico que a PayPal utilize criadores de conteúdo para promover a extensão Honey às suas audiências, permitindo, depois, que a mesma usurpe as comissões e os benefícios dos quais esses mesmos criadores dependem para os seus rendimentos,” afirmou Stone no processo.
Honey descrita como “parasita adormecido”
Stone também publicou um vídeo sobre o caso, onde criticou a estratégia de marketing da Honey. Ele referiu que, uma vez instalada, a extensão age como um “parasita adormecido” no navegador, à espera que o utilizador realize uma transacção.
“Depois disso, os futuros patrocínios e relações de afiliados dos criadores ficam desvalorizados, porque a audiência do criador já está contaminada pela extensão,” explicou Stone.
Processo colectivo e alegações legais
Stone procura que a acção judicial adquira o estatuto de ação colectiva, convidando outros criadores a juntar-se ao processo. A queixa, apresentada no Tribunal do Distrito Norte da Califórnia em 29 de dezembro, acusa a Honey de substituir intencionalmente os links de afiliados dos criadores, violando a Lei de Concorrência Desleal da Califórnia e interferindo nas relações comerciais entre criadores e os seus parceiros.
O processo destaca ainda outros métodos alegadamente usados pela PayPal para reclamar comissões, como o programa de recompensas Honey Gold, que incentiva os utilizadores a fazer pagamentos via PayPal para obterem benefícios adicionais.
Resposta da PayPal às acusações
Em resposta às alegações, a PayPal afirmou que vai defender-se “vigorosamente” no tribunal. Josh Criscoe, vice-presidente de comunicações corporativas, declarou que “a Honey segue as regras e práticas da indústria, incluindo a atribuição do último clique,” uma prática amplamente utilizada por grandes marcas.
Embora reconheça que a atribuição do último clique é uma norma no marketing de afiliados, o processo alega que a Honey usa essa prática de forma “enganosa e clandestina,” induzindo os utilizadores a clicar em pop-ups que substituem cookies legítimos.
O que os criadores pedem ao tribunal
Os advogados de Stone pedem que a PayPal seja obrigada a pagar danos aos criadores prejudicados e que seja proibida de substituir os links de afiliados durante os processos de checkout. Além disso, foi criado um site para convidar outros criadores a juntarem-se à acção colectiva.
Leia: Moçambique próximo de implementar rede movel da 5ª Geração 5G
Contudo, o PayPal defende que a Honey é uma ferramenta gratuita que beneficia milhões de compradores, ajudando a reduzir o abandono de carrinhos de compras e a aumentar a conversão de vendas para os comerciantes.
Portanto, o desenrolar do caso promete ser uma batalha importante para a indústria de criadores de conteúdo e para o futuro do marketing de afiliados.
Fontes: TheVerge / TechCrunch
Find Us on Socials