Comecei a escrever meus primeiros códigos na linguagem C++ quando entrei para universidade (Instituto Superior Politécnico de Tete), precisamente em 2016. Mas pouco me interessava. Única coisa que me interessava era cumprir com a cadeira de Introdução a programação, e ai bastava-me, cumpri com os deveres, tive nota, cumpri com a cadeira e estava feliz.
Acabou-se aquele ano, no ano seguinte (2017) via meus colegas e amigos aprofundando seus conhecimentos e criando “programinhas”interessantes. Passado um tempo muito antes da primeira metade daquele ano terminar eu olhava para eles e dizia “esses são experts, são ‘maus’ ”, de uma certa forma eu queria aquilo para mim, mas não tinha paixão suficiente para correr atrás e criava motivos para não aprender, assim era mais fácil ficar na minha e numa boa! O medo de ir para aprendizado de programação persistiu até meados da segunda metade daquele ano.
Em um domingo no mês de Outubro em que eu estava a tomar uma cervejinha com meus amigos, na altura vivia em Tete quando no meio da conversa um deles me chamou de android, porque eu entendia e resolvia alguns problemas relacionados a telefones com este S.O. No momento apareceu uma nuvem e uma luz na minha mente.
Uma nuvem porque eu não era oque eles imaginavam ser.
Uma luz, porque naquele instante eu desisti do medo e decidi que me tornaria desenvolvedor ou desenvolveria apps para a plataforma android.
“Medo, coragem, sucesso, fracasso são uma decisão”.
A primeira coisa que fiz foi pegar em vídeos no youtube e começar a assistir e praticar as tarefas que eram pedidas. Em pouco tempo tornei-me no melhor usuário do youtube – Copie um programa no feito no youtube e eu te direi, LOL…
Continuei a caminhada com convicção, ambição e paixão aprendendo e criando programinhas que aqueles meus colegas criavam e eu ficava perplexo.
Por motivos alheios a minha vontade tive que deixar a cidade onde vivia, a província e a Universidade onde estudava.
Uma mudança de hábitos e volta a casa
Em Dezembro de 2017, terminado o ano lectivo, decidi que era a hora de mudar de ares, era estava na hora de deixar uma vida que construí, os irmãos que eu tinha para voltar para casa Inhambane – Maxixe.
Em Janeiro de 2018 eu sentei com os meus pais para lhes informar que estava na hora de voltar para casa, e com os estudos não terminados, e dei uma pausa na conversa.
Eles ficaram a pensar “Ele só pode estar de brincadeira, como ele pensa em abandonar os estudos?? Oque ele pensa para o futuro??”.
Volvidos alguns segundos continuei: “Há uma universidade em arredores e tem meu curso (Engenharia Informática), eu pretendo fazer uma transferência”. Felizmente entenderam meu ponto, e juntos tratamos todos os quesitos para minha transferência.
O ser autodidacta
Autodidata é a pessoa que tem a capacidade de aprender algo sem ter um professor ou mestre lhe ensinando ou ministrando aulas.
A mudança de ares e escola abriu-me uma visão um pouco polémica.
A Universidade não nos ensina a fazer as coisas, a única coisa que ela faz é dar-nos um mapa de navegação.
Falando intimamente, os skills que adquiri até hoje nenhum deles foi moldado pelas universidades que frequentei, é tudo esforço individual (sem querer desmerecer ninguém).
Não sei se é o certo, mas em particular é isto que me guia, e acredito que se pensar da mesma forma, pode lhe guiar.
Mesmo com este pensamento, o que faço sempre é tirar o máximo proveito dos assuntos tratados em aula, não ignorando, pois como eu disse: a universidade +/- nos dá um guia de qual passo seguir, e mais do que isso um lugar de troca de experiências.
Abracei os estudos com garra na nova Universidade (Universidade Metodista Unida –Moçambique), e seguindo a mentalidade autodidacta, assim continuando meus estudos em programação na linguagem Java, me apaixonando e construindo uma ligação de amor com ela.
Um exemplo de inspiração que sigo, é de alguém que não sabe, mas me ajudou imenso a melhorar e aumentar meus skills, é Kishan um jovem estudante de Eng. Civil, mas que pela curiosidade e paixao cria apps para android, iOS e sites webs.
A trilha e uma aplicação android
Me entendendo e familiarizando com o Java acompanhava de longe o GDG e os eventos do Google, e mais uma vez uma nova paixão nascia e o meu antigo pesadelo me assolava. Eu queria poder aprender / criar apps para android, mas tinha medo da aventura, a única razão foi essa, eu tinha medo de abraçar um novo desafio, sempre dizia para mim mesmo, “ainda não é a hora de dar este salto”.
Sendo eu estudante da madrugada, em uma madrugada no mês de Junho de 2018 pensando em um software para modelar e posteriormente desenvolver, como trabalho na Universidade, decidi que o jeito de aventurar pelo desenvolvimento de apps seria criar uma aplicação android pois assim eu conseguiria encararar o medo de frente e afugentar as desculpas que me impediam de abraçar esta aventura, e então decidi, vou propor ao meu grupo uma aplicação android.
Então levei a proposta ao meu grupo, e foi abraçada com bom agrado. Juntos começamos a planear a app, a desenhar detalhe a detalhe e programando casos de sucesso!
Familiarizado com Java, e com todos requisitos colhidos, teoricamente estávamos prontos para a aventura. Teoricamente porque apesar de já ter certo domínio do Java, eu e nenhum elemento do grupo sabíamos na verdade como este mundo do android funciona.
Comecei a estudar, vasculhando pela documentação do android, pesquisando, fazendo cursos disponibilizados pelo Google , pedindo explicações a desenvolvedores que já desenvolviam para a plataforma, lendo muitos livros do assunto.
O início foi muito complicado, duro, e assombroso. Se pensei em desistir? Ahhhh sim eu quis desistir. Até pensei em pegar um projecto no github, fazer alterações e apresentar como nosso.
Passado um tempo no aprendizado anulei esta hipótese e com garra e persistência, as linhas de códigos começaram a fluir, a interacção entre mim e o androidStudio tornou-se uma relação de amor que tem com cupido o Java, e passei a não só fazer somente um trabalho, mas a fazer algo que estava gostando, que seria útil para a sociedade e para mim, e que ajudaria a nível técnico e no aprendizado. Este é o modo como encaro meus desafios, como uma questão de aprendizado e experiência.
Por vezes amigos, conhecidos ou mesmo em grupos fui perguntado, como consegui entrar nesta praia do android muito directamente e rápido, minha resposta sempre é:
“Eu construí uma base, um alicerce sólido (dominar a linguagem), aliado
a persistência, garra e o ser autodidacta transformaram-se em minha
maior característica. Se eu quero eu consigo, mesmo que leve tempo”.
Muito além disso, para começar a desenvolver precisei aceitar os custos do aprendizado. Sim quando falo em custos falo em valores monetários (dinheiro) pois basicamente tudo gira em torno de sincronia, não se assuste, não são milhões. Ex: O Google possui um site de treinamento detalhado sobre android e cursos online, apesar de serem gratis o curso requer internet, e internet é paga, o ambiente de execução muitas vezes exige sincronização de ficheiros na internet. Já imaginou construir uma casa e não ter transporte? Sim é igual a isso. Por vezes queremos um saco de cimento a mais e precisamos ir pegar esse sacoa quilómetros de distância.
Hoje, volvidos 10 meses após ter começado o aprendizado apaixonei – me pelo desenvolvimento de apps para android, e muito devo ao Kishan que me ajudou muito nesta jornada, e quebrou minhas dúvidas. Mesmo com meses de aprendizado continuo estudando, criando apps assim melhorando as minhas skills, técnicas e tenho hoje alguns apps finalizados e em produção.
You can Start
Você também pode começar esta trilha e poder criar softwares, independentemente da plataforma que escolher, o mais importante é tomar a decisão de prender, acompanhada pela garra, insistência, vontade, coragem que é algo essencial para quem deseja aprender e que inicialmente me assombrou.
Vamos criar apps para android ???????
Se sua reposta for sim, deixe um comentário e assim poderemos criar uma série de primeiros passos / tutoriais para ajudar a dar um Start na trilha do android !!!!!
github: eudagraca
Até a próxima =)
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